Na perfeição pura do elemento inicial
as árvores respiram as constelações, a seiva,
a argila, os rostos do tempo,
todos os despojos do subterrâneo e do sopro estelar.
Nenhuma presença se perde no fulgor do milagre.
Corre um rio nos sulcos firmes,
ébrio de um apelo profundo.
A matéria sopra palavras, sentidos,
a transparência, a integridade,
sugere uma passagem para o corpo da atenção plena
para a incandescência viva de qualquer coisa que não exista no tempo
mas na latitude do indivisível, no vigor da unidade simples.
Tudo se modela nesta suavidade de viagens soltas
nesta vibração única que murmura o odor de um novo mundo.
Espíritos cantam as folhas, as raízes, a dança do tronco puro.
Histórias antigas reverberam pelo núcleo dos anéis de ouro
como a simplicidade das coisas nuas no corpo aberto.
As árvores alentam o tempo cíclico da luz
num corpo combinado de fogo e estrelas
no absoluto rumor dos lentos movimentos
movendo a substância fina do instante
Inteiro.
* * * * * *
Foto: Christophe Kiciak
Interessante. Eu visitarei seu blog novamente!
Sim este é o murmurio da arvore cuja seiva corre do interior para o exterior e o seu contrário respeitando os bioritmos e as memórias
Obrigado pela partilha
Não me surpreende a tua maneira de escrever.
Lindo, retorno à essência!!
Bonito , gostei.
Bem hajas