A Felicidade – O Abraço Quente da Vida

*O que é a felicidade e o que ela nos traz?*

O que é a felicidade e o que ela nos traz? Uma pergunta que permanece tão aberta e cheia de sentidos como sempre, desde a antiguidade até aos dias actuais. No maravilhoso projecto «7 Billion Others», de Yann Arthus-Bertrand, quando diante do tema felicidade, os entrevistados, das mais diferentes origens e culturas do mundo, mostram-nos quão o conceito de felicidade é livre e possui na sua própria natureza múltiplos vínculos com diferentes dimensões da vida.

Tantos se debruçaram sobre a felicidade, em distintos tempos da história humana, que é evidente que o tema é mais complexo e variável do que um primeiro olhar sugere, como na sua dimensão filosófica e religiosa. Neste artigo procurarei seguir uma linha de reflexão que ressalte a felicidade como eu a observo e a sinto, entre uma ou outra formulação teórica de algum autor que considere relevante.

A felicidade – a terra prometida

Todos os seres humanos parecem ter no seu íntimo o ímpeto para a busca da felicidade, possuindo uma bússola interna que os orienta, mas à qual tão poucas vezes estão atentos. Dada a explosão de livros, websites, estudos, artigos, palestras, encontros, cursos on-line, workshops, é evidente que o tema felicidade não é supérfluo. Ele possui uma natureza vital, urgente, magnética para a essência humana.

Apesar dos termos deverem ser compreendidos à luz do contexto de cada época, gosto de considerar a etimologia das palavras, por dela poder(mos) extrair significações iniciais que se podem ajustar à actual época. Assim, no grego antigo, felicidade é eudaimonia; palavra composta pelo prefixo eu (bem) e pelo substantivo daimon (guardião, génio, deus menor, espírito orientador, divindade tutelar)[1]. Uma pessoa feliz (eudaimon) seria aquela que estaria sob a influência de um bom daimon, que reconheceria e viveria de acordo com o daimon.

Apesar da mutabilidade do tempo, da história e do que dela decorre, de tantas alterações, inconstâncias, transformações que operam no indivíduo, sinto que há uma verdade que atravessa toda a história da Humanidade, assente na dimensão universal e espiritual do ser humano, admitindo a inspiração (andar pelo caminho do espírito) como elemento único e primordial do auto-conhecimento. E é aqui que reside o núcleo maior da felicidade, profundo e significativo, daí que tenha focado a etimologia da palavra, pois o homem está vinculado a uma natureza permanente, única, espiritual, inviolável, para além do mundo da matéria e dos enganos. Nesse vínculo estabelece-se causas, escolhas, caminhos que nos empurram para a consciência exacta da nossa dimensão e missão no mundo.

Além do campo do corpo e da razão, das emoções e dos sentimentos, das vontades e das necessidades, das virtudes e do carácter, dos dons e dos talentos, do lazer e do trabalho, da família e das relações, a felicidade habita também o campo do propósito e do sentido da vida, do auto-conhecimento, da transcendência, da contemplação, do coração, da alma. Com efeito, são múltiplos os factores que estão na base e podem influenciar a felicidade. Ou então, a felicidade é bem mais simples e despojada do que aquilo que parece; acessível a todo o ser humano, independente de tantas condições que ilusoriamente a parecem influenciar; e tão pessoal e íntima quanto a própria individualidade. De qualquer modo, a felicidade é a terra prometida, e todos recebem o seu chamado.

Aristóteles entendia a felicidade — eudaimonia — como o bem supremo, o fim último, sendo alcançada através de uma vida virtuosa, que se revela por atitudes e escolhas racionais e morais. A prática da virtude seria a via única para a felicidade, uma actividade própria da alma. «A felicidade define-se, pois, como a actividade da alma segundo a virtude[2] Não cabe aqui uma reflexão sobre a visão de Aristóteles, dado que muito haveria a analisar sobre a sua noção de virtude e alma; em alguma medida, porém, a sua visão de felicidade ajusta-se à minha. Mas antes de avançar de forma mais pessoal para ela, é seguramente útil abordar a psicologia positiva, mesmo que de forma breve.

Nas montanhas da força e da virtude

O estudo da felicidade tomou uma dimensão científica quando apresentada pela psicologia positiva. Um movimento formalizado e desenvolvido pelo americano Martin Seligman, iniciado nos finais da década de 90 (século XX). De acordo com Seligman (2008), após a II Guerra Mundial, a psicologia tinha-se concentrado unicamente no alívio da doença mental. Ou seja, corrigia-se a fraqueza mas negligenciava-se o indivíduo na sua dimensão mais alargada, onde a felicidade também reside. Ora, estas pessoas não estão unicamente preocupadas em aliviar o seu sofrimento. «Estas pessoas preocupam-se — por vezes desesperadamente — com a virtude, o propósito, a integridade e o significado.»[3] A felicidade humana tem, portanto, uma qualidade mais profunda e essencial, uma plenitude, um sentido e direcção, daí que a psicologia positiva considere essencial o estudo das instituições positivas (como a família), das emoções positivas, das capacidades, das forças e virtudes que habilitam o indivíduo a viver de forma saudável e significativa.

Na sua obra Felicidade Autêntica (2008), Seligman distingue seis virtudes nucleares: sabedoria e conhecimento; coragem; amor e humanidade; justiça; temperança; espiritualidade e transcendência. Descreve as vinte e quatro forças («forças de assinatura»), que são as vias através das quais as virtudes são alcançadas. Forças — pontos fortes/características do indivíduo — que são valorizadas em quase todas as culturas do mundo. A sabedoria e o conhecimento, por exemplo, pode ser alcançada através da curiosidade, do amor à aprendizagem, da capacidade de ajuizar, ter pensamento crítico, da inteligência prática, da criatividade, da inteligência social, pessoal e emocional e da perspectiva («a que está mais próxima da própria sabedoria»). O amor e a humanidade pode ser alcançada através da bondade, da generosidade e da capacidade de amar, bem como de ser amado. Naturalmente, às virtudes e forças estão associadas muitas expressões emotivas positivas, como a alegria, o optimismo, o entusiasmo, a estima, a calma, a confiança, a inspiração, o interesse.

Sublinho que a compreensão da felicidade, segundo a psicologia positiva, assenta no pressuposto de que há uma natureza humana, uma substância, um carácter (bom e mau) de onde provém a acção (Seligman, 2008). Nesta condição, o indivíduo é um retalho de virtudes, de forças, de capacidades, de fraquezas, de aspirações, de desejos, de necessidades, inserido numa comunidade, numa sociedade, num mundo também ele cheio de intrincadas influências (sociais, políticas, culturais, económicas, religiosas).

A ordem subjectiva e dinâmica da felicidade

A psicologia positiva alude aos pilares onde assenta a felicidade. Para além da satisfação e da apreciação dos prazeres básicos, a felicidade é o espelho do cultivo das nossas forças — dons, talentos, valores, qualidades — e a aplicação das mesmas em todas as áreas da vida. Estar satisfeito com a vida, em estado de bem-estar, de alegria, experimentar emoções positivas, sentirmo-nos saudáveis, motivados, deixarmo-nos ser vida, inspirados pelo espírito  na dinâmica da vida — relações interpessoais, trabalho, rendimentos, lazer, saúde, família, enfim, no campo onde a vida decorre — é felicidade, e ela é um bem. A felicidade é muitas vezes associada a momentos, a circunstâncias, a acontecimentos ocorridos no presente (se há suficiente abundância financeira, se os relacionamentos correm bem, se o trabalho realiza e traz o sucesso merecido), como se não tivesse, ou não pudesse ter, uma natureza contínua, de tão dependente das condições externas que é. De facto, no mundo do corpo, dos sentidos, das emoções, a felicidade compreende os «prazeres» — prazeres corporais e prazeres elevados, sendo estes mais complexos — e as «gratificações», como provar uma boa refeição, ir passear pela montanha, praticar meditação.

É claro que há uma ordem subjectiva e instável da felicidade, movendo-se sob tantas variáveis, numa relação de causa e efeito, e sempre sob uma perspectiva única, individual. Mas será que há uma ordem estável e verdadeiramente elevada? Creio que ao nos encontrarmos neste mundo da matéria, compostos de corpo, pensamentos e emoções rápidas, inseridos numa realidade onde a satisfação de necessidades e de desejos é urgente, há uma dimensão da felicidade que é instável, flutuante, momentânea. Mas tal como a psicologia positiva sugere, a felicidade passa também por um outro nível, o de descobrirmos, nutrirmos e darmos energia/acção às nossas forças, contribuindo, desta forma, para a expressão do nosso auto-valor, atendendo-o, dando-lhe voz, vivendo a esplendorosa  juventude sem tempo. O valor impresso em cada um de nós também aspira a um propósito maior, a um significado maior, daí Seligman ter incluído explicitamente a virtude da «transcendência e espiritualidade». Como o autor eloquentemente explica:

«[…] se você se encontrar parado no local de estacionamento da vida, com poucos prazeres ou prazeres apenas efémeros, com gratificações mínimas e sem significado, existe uma estrada que o tira de lá. Esta estrada leva-o através do campo do prazer e da gratificação, até às montanhas da força e da virtude e finalmente aos picos da realização duradoura: o significado e o propósito[4]

Além do mundo das formas e dos enganos

Abraham Maslow, o fundador da psicologia humanista e transpessoal, conclui que a fase última do desenvolvimento pessoal é a «auto-actualização» ou «auto-realização». A «auto-realização», uma necessidade intrínseca à natureza humana, de acordo com Maslow, representa o cumprimento das mais altas necessidades, e estas têm que ver com a capacidade de expressar mais integralmente o nosso potencial criativo. Ou seja, o indivíduo «auto-actualizado» realiza o seu potencial humano, as suas virtudes e forças. Os «auto-actualizadores [as pessoas que atingem a auto-realização] fornecem-nos pistas sobre os nossos mais altos traços inatos: amor e compaixão, criatividade e estética, ética e espiritualidade»[5], assim escreve Edward Hoffman num texto introdutório sobre Maslow que antecede uma longínqua entrevista do psicólogo americano concedida à Psychology Today, em 1968. Saliento que Maslow considerava a dimensão transpessoal do ser humano — a dimensão espiritual ou mística.

Também Martin Seligman considera a dimensão transpessoal. Encontrar um propósito na vida, ter uma «vida significativa para além de uma boa vida […] consiste numa ligação a algo maior e, quanto maior for a entidade a que você se liga, mais significado tem na sua vida».[6] Neste contexto, o autor faz referência ao pensamento da New Age e às religiões organizadas. Ou seja, ao ser humano e à própria vida é conferido um significado transcendente. Pode-se, assim, afirmar que a felicidade está também ancorada a algo maior.

Um movimento autêntico e interdimensional

A felicidade, o que ela comporta, é de uma tal abrangência que ela se encontra na intersecção de várias áreas, tais como a filosofia, a psicologia, a história, a religião, a sociologia. Considero compreensível, dada a mutabilidade do conceito e a sua natureza interdimensional, que não se esteja absolutamente firme quando se aborda a felicidade, como quando pensamos sobre o que ela pode ser, quais os seus elementos, o que ela move, qual a sua origem e o seu fim último, o que ela nos traz. Essa dificuldade pode advir do facto de a felicidade não ser um bem exterior ao ser humano, como uma pedra nas margens do rio ou a casa que habitamos. Não obstante qualquer dificuldade de entendimento intelectual, não será impossível de admitir que a felicidade é sobre aceitar sabiamente e ter consciência do momento presente, onde se inclui pensamentos e emoções; é dar ao mundo os nossos dons, talentos e potencialidades, enriquecendo-o; é viver a juventude autêntica, que sente o pulsar da vida nas mãos e no coração, é estar alinhado com o nosso verdadeiro Eu, expressando-o de múltiplas formas; é estar em harmonia no fluxo da criação.

Ao apreciar esta realidade, rapidamente se assume a ideia de que a felicidade habita profundamente a interioridade humana, onde também habita o amor, a paz, a gratidão, a sabedoria, a consciência, a vitalidade — aqui reside a sua natureza única e indestrutível. Nesta interioridade, há uma transcendência, uma consciência do divino que nos sugere um vital modo de nos deslocarmos por dentro, um modo de colher no mundo as mil luzes que há dentro das coisas puras. Há, sim, na felicidade a dimensão da alma e a prática das virtudes — relembro Aristóteles.

A luz que reluz no interior das coisas nocturnas

Verdadeiramente, a Mãe Terra e o Criador abençoaram-nos com a abundância em toda a extensão da existência humana. Menciono apenas algumas luzes dessa abundância: a capacidade de nos amarmos e amar os nossos semelhantes, a capacidade de descobrir e experienciar os nossos dons e talentos, a capacidade de vivenciarmos e sentirmos prazer nos confortos da vida material, a capacidade de nos conectarmos com a nossa divindade, a nossa multidimensionalidade, a capacidade de reescrevermos a nossa realidade à luz das nossas aspirações. Sinto que a felicidade abraça e acomoda toda a vida, sem ter que haver uma luta de espaço para uma coexistência pacífica entre todos os elementos possíveis da felicidade.

Num primeiro olhar, longo ainda, a felicidade apresenta-se como uma realidade complexa e incomensurável, porém, talvez ela somente exija de nós a simplicidade, o despojamento, o foco único no essencial. Cabe a cada pessoa buscar a luz no interior das coisas nocturnas, através de escolhas sensatas e sábias. Creio que viver a felicidade mais normal, mais terrena, não será uma condição necessária para se aceder ao nível mais nobre da felicidade. Esta exige um despertar, um movimento subtil mas forte no corpo, na mente, na consciência, um profundo olhar existencialista sobre o ser humano, uma conexão com a humanidade, a Natureza, a divindade que habita no coração de cada semelhante e que permeia e substancia toda a expressão da vida.

Apesar de acreditar que a felicidade também comporta uma dimensão subjectiva, volúvel, mais terrena, dependente de condições exteriores — que se joga, por exemplo, no campo dos prazeres, do conforto, da segurança, dos relacionamentos —, experienciar unicamente essa felicidade é ficar aquém, na superfície, e não será essa felicidade a visão elevada do potencial da consciência humana. Ao colocar-nos somente nesse estado, não nos cumprimos integralmente, não nos permitimos validar a sabedoria interior, não nos permitimos abrir as portas a uma plena auto-realização, a uma plena felicidade. Destaco uma expressiva afirmação de Abraham Maslow, aquando uma entrevista concedida à Psychology Today, em 1968: «A felicidade final para o homem é a realização da pura beleza e verdade, que são os valores finais»[7]. Que bela felicidade que Maslow alude!

Jiddu Krishnamurti afirma: «No momento em que você está consciente de que está feliz, não é felicidade, não é? Então, você não pode ir atrás da felicidade. […] Portanto, a felicidade não é algo a ser perseguido; ela vem. Mas se você a procurar, ela irá evitá-lo».[8] Absolutamente significativa esta afirmação de Krishnamurti. No estágio último do desenvolvimento do potencial humano, o indivíduo já não procura a felicidade, não tem sequer a consciência da sua própria felicidade, ele deixou-se ser invadido por ela; ele simplesmente É, fundido na Unidade.


Referências
[1]
Harper, Douglas, “eudaemonic (adj)”, Online Etymonline Dictionary, 2001-2006, [consultado em 7-12-2016]. Disponível em http://www.etymonline.com/index.php?term=eudaemonic

[2] Giovanni, R. (2001). Introdução a Aristóteles. Lisboa: Edições 70, p.87
[3] Seligman, M. (2008), Felicidade Autêntica. Lisboa: Pergaminho, p.12
[4] Idem, ibidem, p.12
[5] Hoffman, E. (Janeiro/Fevereiro, 1992). The Last Interview of Abraham Maslow. Psychology Today, p.69
[6] Seligman, M. (2008), Felicidade Autêntica. Lisboa: Pergaminho, p.28
[7] Hoffman, E. (Janeiro/Fevereiro, 1992). The Last Interview of Abraham Maslow. Psychology Today, p.72
[8] Krishnamurti, J., “Happiness Cannot be Pursued [in “The Book of Life”], J. Krishnamurti Foundations, 2014, [consultado em 9-12-2016]. Disponível em http://www.jkrishnamurti.org/krishnamurti-teachings/view-daily-quote/20110703.php?t=Happiness

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8 thoughts on “A Felicidade – O Abraço Quente da Vida

  1. Helder says:

    Adorei! No entanto, senti que há realmente uma grande necessidade de detalhar e desconstruir ideias para reformular num novo olhar, porque desligar o sonho universal do inferno em que vivemos é talvez a tarefa mais difícil, e nem a promessa de que com isso nos seja dado a conhecer o céu pode mudar o nosso estado pessoal, pois viver no inferno é quase sempre uma escolha necessária para se conhecer verdadeiramente o que me parece ser a sabedoria única e verdadeira; para mim, a linha simples que atravessa os tempos e nos tem conduzido ao céu, tendo em conta que a vida pode ser céu e inferno e não existe outro céu ou outro inferno fora da vida encarnada (ou seja, o céu ou o inferno é aqui e agora dependendo da forma como escolhemos pintar nosso espírito), nós podemos escolher ou não escolher ainda (não conhecer ainda), pode resumir-se a; verdade, perdão, amor próprio.

    Parece simples demais, mas o amor é realmente simples demais, aceitar quem somos de verdade, fora da ilusão que nos é imposta desde criança, é simples demais e por isso talvez, se tornou tão inacessível.

    Seu artigo me chamou a atenção, não só por isso mas também, por reclamar a simplicidade que atravessa os tempos sobre pequenas e mágicas mensagens em todas as culturas do mundo. Tão simples que acabam desacreditadas num mundo onde a “complexidade” é dada (vendida, impingida) à partida como suprema sabedoria.

    Mas o que mais me chamou a atenção e pude sentir ao entrar no seu blogue quase instantaneamente foi o sentir positivo sobre a existência, a certeza de que há sentido, de que o caminho está aqui para todos, e todos têm o seu e nada é tão negativo ao ponto de ser catastrófico e apocalíptico por a balança tem dois pratos e a verdade é que ainda não acabamos e o feixe de luz que atravessa os tempos é eterno e acessível. Isto pelo facto de ser hoje em dia rara a visão positiva sobre nós mesmos e sobre a existência, encontramos muita “magia negra” nas críticas lógicas de gente sabia, ou nas verdades “temporárias” de eruditos ao reafirmar, projectar constantemente o problema o negativo, esquecendo completamente de sequer buscar a solução, seu oposto e logo trabalhando conta ele.

    Gostei muito
    Obrigado

    • Sara Correia says:

      Obrigada, eu, pelas suas palavras, pelo cuidado e atenção :). Sim, o blogue, no essencial, pretende evocar a nossa natureza essencial, o amor que atravessa a existência.

  2. Rui Santos says:

    Quando terminar a divisão entre aquilo que observamos e entidade que observa, termina também a divisão em nos próprios. O pensamento por se associar e se identificar com momentos que considera felicidade cria o tempo e o que pensa que tem de atingir 🙂 A afirmação de Krishnamurti aponta para essa mesma divisão, quando se esta consciente da felicidade é certamente uma coisa do passado. Enquanto que se pode multiplicar o prazer pensando em coisas prazerosas, não se pode pensar em felicidade e esperar que ele se manifeste. A vida é certamente um mistério e um milagre e que apenas cada um de nos pode descobrir atestando em nos próprios esse milagre, essa incrível manifestação da vida. Acho que para o ser humano viver plenamente e descobrir se a vida tem um propósito, apenas tem de descobrir e ir alem do medo.Porque o medo é o entrave a descoberta, o medo é o sinal de que não confiamos na vida…Acho que na vida há um excesso incrível de explicações , de abordagem para aquilo que esteve sempre perto, para o ser humano que queira veja a necessidade de ir alem do medo, da incerteza, da ansiedade, do desejo egocêntrico, da violência então a vida certamente se ira abrir e não só deixar a felicidade fluir mas também a descoberta daquilo que não pode ser posto em palavras 🙂

  3. ines says:

    Excelente reflexão sobre a Felicidade. Clara. Profunda. Abrangente. Sincera. Bela. Adorei obrigada Sara. Estou super curiosa com o resto dos textos do teu site . Este é o primeiro que li

Comentários